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Qual é a fórmula do tarifaço de Trump? E por que o Brasil ficou na lista dos menos taxados?

Por trás de uma suposta matemática complexa apresentada pela Casa Branca, critério o cial foi muito básico e contrariou declarações de Trump no anúncio. Consulte pelo nome do país a taxa aplicada

A China vai pagar uma sobretaxa de 34% nos seus produtos, e já era esperado que o principal alvo das críticas de Donald Trump fosse o mais punido no anúncio feito pelo presidente americano no que ele batizou de “Dia da Libertação”. Mas por que o Japão, um parceiro histórico dos EUA no comércio e na defesa, também ficou entre os mais taxados, com 24%?

E, por outro lado, o Brasil recebeu só 10%? Qual foi a “fórmula de Trump”, já que o presidente dos EUA prometeu adotar exatamente o mesmo critério para todos os países?

Muitos analistas imaginavam que a decisão de Trump iria se basear também em critérios subjetivos – como a proximidade política ou não do parceiro comercial – ou em parâmetros difíceis de mensurar, como o nível de tarifas e barreiras não tarifárias aplicadas por cada país. Mas, no final, a única métrica usada foi simplesmente o déficit comercial com os EUA.

A imagem que ilustra essa reportagem mostra os critérios usados pela Casa Branca. Em uma declaração publicada na noite de quarta-feira (2) para explicar sua metodologia para as tarifas que abalaram o mundo, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) detalhou uma fórmula que divide o superávit comercial de um país com os EUA pelo total de suas exportações, com base em dados do Censo dos EUA para 2024.

Esse número foi, então, dividido por dois, produzindo o que foi chamado por Trump de taxa “descontada”.

A China, por exemplo, teve um superávit comercial de US$ 295 bilhões com os EUA no ano passado sobre um total de exportações chinesas de US$ 438 bilhões — uma proporção de 68%. Dividido por dois, de acordo com a fórmula de Trump, isso resultou em uma tarifa de 34%. Os mesmos cálculos produziram aproximadamente as taxas para outras economias, como Japão, Coreia do Sul e União Europeia.

Os países com os quais os EUA registram superávit comercial também foram afetados, enfrentando uma taxa fixa de 10%, assim como nações onde o comércio estava aproximadamente equilibrado. Foi o caso do Brasil, assim como dezenas de países.

‘Complexo, se não impossível’, alega Escritório de Comércio

O USTR afirmou que, embora fosse tecnicamente possível calcular as taxas para barreiras comerciais reais, a metodologia mais primária escolhida pela Casa Branca alcançaria o objetivo de Trump de reduzir os déficits comerciais.

“Embora calcular individualmente os efeitos do déficit comercial de dezenas de milhares de tarifas, regulamentações, impostos e outras políticas em cada país seja complexo, se não impossível, seus efeitos combinados podem ser estimados ao calcular o nível tarifário consistente com a eliminação dos déficits comerciais bilaterais” dizia a declaração, que não foi assinada.

Ficou claro, com essa declaração, que a metodologia adotada, além de muito mais primária, difere bastante do que Trump deu a entender em suas declarações ao anunciar o tarifaço global.

Trump cita vários critérios, fórmula considera só um

Na cerimônia transmitida ao vivo, Trump segurou um enorme cartaz com uma lista de países dividida em duas colunas. Do lado esquerdo, em tons de verde, o que seria as “tarifas cobradas dos EUA” e, do lado direito, em tons de amarelo, qual será a nova “tarifa recíproca descontada” a ser praticada pelo governo americano contra esses países.

O método para calcular as tarifas era amplamente desconhecido antes do anúncio de Trump. Para aumentar a confusão, as taxas divulgadas por Trump diferiam ligeiramente das constantes no anexo que acompanhava sua ordem executiva. A Coreia do Sul, por exemplo, foi listada com uma tarifa de 25% no cartaz de Trump e de 26% no anexo.

O governo Trump havia dito que as taxas seriam calculadas levando em consideração tanto tarifas quanto barreiras não tarifárias, incluindo impostos. E o cartaz de Trump exibia as taxas sob a categoria intitulada “tarifas cobradas dos EUA, incluindo manipulação cambial e barreiras comerciais”.

A fórmula real utilizada não foi a que a Casa Branca inicialmente indicou que seria usada.

Parâmetros na fórmula se anulam e viram multiplicação por 1

No memorando de 13 de fevereiro que preparava as tarifas recíprocas, Trump ordenou uma análise de “escopo abrangente, examinando relações comerciais não recíprocas com todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos”, incluindo suas tarifas, impostos, barreiras não tarifárias, manipulação cambial e “qualquer outra prática” que “imponha qualquer limitação injusta ao acesso ao mercado ou qualquer impedimento estrutural à concorrência justa”.

O memorando não mencionava os saldos comerciais, mas afirmava separadamente que o comércio não recíproco era “uma das fontes do grande e persistente déficit comercial anual dos EUA em bens”.

A fórmula de Trump incluía dois outros parâmetros — elasticidade-preço da demanda de importação e elasticidade dos preços de importação em relação às tarifas. Estes foram definidos com valores que efetivamente se anularam, resultando em uma multiplicação por um.

Fonte: https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2025/04/03/qual-e-a-formula-do-tarifaco-de-trump-e-por-que-o-brasil-ficou-na-lista-dos-menos-taxados.ghtml

Foto: Reprodução / Por Bloomberg

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